quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Não sei... É rápido.

Sabem do que eu gosto muito?
Aparadores em cerejeira maciça da época vitoriana.
Sim, sou estranho...

Mas há outra coisa que aprecio bastante, que é sabedoria popular.
Primeiro porque incorpora verdades universais inquestionáveis.
Segundo porque é intemporal e permite uma clara correlação inter-geracional.
E terceiro, e mais importante, porque tem rimas bem catitas.

Uma pérola pela qual tenho particular afecto é:
"Depressa e bem não há quem"

E isto não é só verdade como existem inúmeros exemplos históricos para o confirmar.

Hitler tentou implementar a blitzkrieg, a guerra relâmpago.
E onde é que isso o levou?
Suicido num bunker ao lado duma mulher com um sobrenome de marca de ferro de engomar.

Rabbi Yaacov Deyo inventou o " Speed Dating ", uma espécie de evento que consiste em conhecer o maior número de pessoas possível num curto espaço de tempo.
Ao que é que isso levou?
À propagação global de Sífilis.

O McDonalds introduziu na sociedade o conceito de "Fast-Food".
O que é que ganhamos com isso?
Embalagens que efectivamente sabem melhor do que propriamente a "comida" que contêm.

E digo-vos, até agora tolerei estas abominações, mas como amante confesso de aparadores em cerejeira maciça da época vitoriana, não posso continuar a fechar os olhos...

Agora até no mobiliário?!
Sim, estou a falar do conceito introduzido pela IKEA:

Mobiliário de qualidade dúbia a preços extremamente apetecíveis, e a cereja em cima do bolo... Tem que ser o próprio cliente a montá-la!

Este conceito foi idealizado por um sueco de seu nome Ingvar Kamprad, e como era originário da pequena vila de Elmtaryd Agunnaryd, decidiu juntar todas as iniciais e assim nasceu o IKEA.
Seguindo esta lógica até faria mais sentido ter sido Gabriel Alves a inventar este formato.
Sendo ele do Campo Alegre, adoptaria o nome CAGA, o que seria mais consonante com a qualidade do mobiliário que esta marca produz.
Que é de facto uma...

Mas já imaginaram se outros produtos suecos seguissem a mesma linha de racíocinio?
Vocês imaginam-se a montar o vosso Nokia?
Vocês imaginam-se a montar a mulher do Figo?
Ok, não precisam de responder a esta...

Mas o mais incrível é que os responsáveis do IKEA são uma corja de hipócritas.
Porquê?
Porquê?
Por que têm a audácia de para além de venderem mobiliário, venderem também bolos... E os bolos já vêm confeccionados!
Então seguindo a política da empresa eles não deveriam servir apenas um prato com farinha, ovos, açúcar e um chapéu de pasteleiro?

Sinceramente, acredito piamente que estes responsáveis têm uma veia maquiavélica e adoram gozar/torturar os seus clientes.
E sabem quando vamos ter a certeza disto?
Quando eles começarem a venderem artigos que são de facto para montar, como puzzles e legos.
Tenho a certeza que quando abrirmos a embalagem eles já estarão efectivamente montados!

E outro facto que me incomoda é o das pessoas fazerem das instalações da IKEA um local de recreio.
Um casal pode já ter a casa completamente mobilada mas mesmo assim faz questão de perder tempo a deambular por um mar de cómodas e puffs.
Aliás, o IKEA nem tem assim tantos clientes como quer transparecer, pois na realidade são sempre as mesmas pessoas que estão lá dentro.

Pensando bem, e tendo em conta que são sempre os mesmo clientes, não terá sido um empregado da cadeia sueca a inventar o nome IKEA?

I Know Every Asshole

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A Greve

Esta semana ficou marcada por mais uma greve.
A semana encontra-se ainda em muito mau estado, não por que tenha sido mais marcada do que nas outras vezes, apenas não haviam enfermeiros para prestar cuidados.

Contudo, fico um pouco triste por que até nas greves nós não conseguimos atingir a espectacularidade dos outros países.
Reparem na greve dos guionistas nos EUA e no impacto que a mesma teve no país.
Se fosse cá, como seria?

Veríamos as ruas invadidas pelo Francisco Moita Flores e os 3 macacos amestrados do Zoo de Lisboa que trabalham em part-time nos Morangos com Açúcar.
Vendo bem até seria um espectáculo agradável de se ver...
O espectáculo de ver os adolescentes conseguirem produzir um pensamento original.

Mas afinal de onde surgiu a greve?

A palavra greve tem origem no Francês. Não se sabe em qual deles por que eles ainda são bastantes, mas fica ideia que tem origem no Francês.

Segundo rezam as crónicas, existia um local em Paris chamado Place de Grève, originalmente local de embarque e desembarque de navios, que posteriormente foi transformado em ponto de encontro de desempregados e descontentes com as condições de trabalho, ou como dizem os franceses, les portugais paresseux.

Mas por que razão deixou de ser um local de embarque e desembarque de navios?!
Bem, sendo um local destinado à prática de ver passar navios, é óbvio que seria frequentado por estivadores, marinheiros e recém licenciados.
E onde existem estas espécies, existe sempre a incontornável presença de artistas do sexo vendável.
Daí ter-se abolido o embarque e desembarque de navios como forma de afastar estas concubinas, por que convenhamos, ninguém iria conseguir fazer greve de fome naquele local.

Regressando à Place de Grève.
Aparentemente quando o proletariado sofre de lepra financeira o primeiro sintoma a manifestar-se é a falta de imaginação.
Ou seja, não sabendo concretamente o que estavam ali a fazer, decidiram adoptar o nome da rua onde se encontravam para qualificar a actividade que iriam realizar. Então é mais do que justo poder assumir que, se Adão e Eva padecessem do mesmo mal, o Jardim do Éden ficaria na Rue du Coitus Proíbidus.

Creio que se esta tendência vingasse, poderia ter um impacto muito estranho na nossa sociedade.
Imaginem que o local deste ajuntamento reaccionário era na Place de Cabras.

Diríamos que não íamos trabalhar por que estávamos a fazer cabra?
Pior...
Uma pessoa que decide não se juntar aos seus pares na luta e prosseguir com o trabalho chama-se um fura greves.
Chamar-se-ia um fura cabras?
Se assim fosse teríamos uma quantidade astronómica de pastores a quebrarem o piquete de greve (perdão, o piquete de cabra) com expectativas extremamente elevadas.

Mas afinal qual é o significado da palavra Grève?

"Terreno plano composto de cascalho ou areia à margem do mar ou do rio"

Ao ler isto surgem-me imediatamente 3 perguntas no consciente:

"É impressão minha ou a palavra Gréve quer dizer praia?"
"É impressão minha ou quem criou a definição para a palavra Grève foi o Manuel Machado»?"
"É impressão minha ou eu tenho a mania irritante de formular todas as questões com a expressão 'É impressão minha ou'?"

Bem, já diz, sapientemente, o velho dito popular:

O português só quer é uma desculpa qualquer para largar tudo e ir fazer greve... Perdão, fazer praia!
Malditos sinónimos...